Silvia Cusicanqui ou o que é "decolonial"?
O termo “decolonial” está na moda. Mas o que será que essa palavra quer dizer? Qual a diferença entre decolonial, descolonial, anticolonial e contracolonial? Por que tais palavras estão cada vez mais presentes nos discursos atuais?
Os termos carregam história fazendo parte da atual disputa por narrativas, uma disputa ainda muito acadêmica, ou seja, comandada por homens brancos que nos seus baronatos tentam definir o rumo das conversas. Cusicanqui é pouco conhecida no Brasil, embora sua obra tem sido importantíssima na onda decolonial, inclusive contra a leitura colonial que é capaz de surgir dentro da moda decolonial das universidades pelo mundo afora.
Silvia Cusicanqui vai na contramão dessa tendência acadêmica. Ela é uma filósofa boliviana aimará e, embora tenha também sido uma professora universitária, ela é uma importante ativista indígena que está na origem das transformações ocorridas na Bolívia nesse século que levaram Evo Morales ao governo. Em seus textos, propondo uma “sociologia das imagens”, pela qual se pode ler o passado indígena silenciado pelos colonizadores, assim como tendo em vista um diálogo que não esquece a sua própria condição mestiça, ela apresenta a teoria-prática de uma revolução real. Trata-se da luta dos povos indígenas de nossa época que carrega uma outra visão de mundo. É a história dos ancestrais humilhados e violentados que serve como inspiração para a luta atual que se realiza como ritual de mudança ancorado na história concreta.
Conhecer Cusicanqui é um ritual no caminho de abertura para uma mentalidade ecossocialfeminista.
Grupo de Leitura Feminismos Decoloniais | Módulo 2 – Silvia Cusicanqui (Ch’ixinakax utxiwa – uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores)
Datas: 15 e 29/06 (sábados)
Horário: 8h30 às 10h30 BRT).
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